quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quando os gênios foram burros

Todo gênio tem seu dia de asno. Do pai da física moderna, Isaac Newton, ao maior cérebro de todos os tempos, Albert Einstein: ninguém escapou de um escorregão ou outro ao longo da vida. Veja aqui as maiores bobagens já levadas a sério na história de ciência.

JOHANNES KEPLER
Por que ele é gênio: Descobriu as leis do movimento planetário.
Por que ele é burro: Acreditava que a astrologia e a astronomia eram a mesma coisa.

O casamento de Johannes Kepler estava marcado para o dia 27 de abril de 1596, mas algo incomodava o noivo. Embora estivesse apaixonado por sua futura esposa, o cientista alemão pressentia que seu casamento seria um fracasso. O motivo? A “constelação de mau agouro” que se formava no céu naquele dia. Sim, o astrônomo que descobriu a lógica por trás dos movimentos planetários não fazia nada sem consultar o horóscopo antes. Boa parte de seus trabalhos foi dedicada a validar a astrologia frente à astronomia, e provar que uma não existe sem a outra. Ele foi o último cientista importante a acreditar que astrologia e astronomia eram a mesma coisa. (Só para constar: seu casamento, de fato, foi um fracasso.)

GALILEU GALILEI
Por que ele é gênio: Fez descobertas importantes na mecânica, na física e na astronomia.
Por que ele é burro: Provou matematicamente a existência do inferno de Dante.

Galileu Galilei era um rapaz perdido na vida. Em 1585, tinha acabado de largar a faculdade de medicina para se dedicar às ciências exatas, contra a vontade do pai. Para concorrer a uma vaga de professor de matemática na Universidade de Pisa, o cientista resolveu entrar numa polêmica que movimentava a ciência da época havia 100 anos: Onde e como é o inferno? Galileu calculou e localizou não o inferno bíblico, mas o de Dante Alighieri, da Divina Comédia. Usando bases matemáticas, ele o descreveu como cônico, com a parte mais profunda no centro da terra, e o teto logo abaixo da crosta terrestre, em volta de Jerusalém. Para nós, parece uma viagem tão grande quanto tentar descrever o castelo de Frankenstein, mas o estudo foi recebido com entusiasmo pela academia de Pisa. Tratar a fé com seriedade científica fazia sentido na época – Aliás, era bom ser respeitoso com a igreja. Em 1632, quando Galileu defendeu que a Terra girava ao redor do Sol, e não o contrário, por pouco ele não foi executado pela Inquisição. Acabou tendo de negar a descoberta para, assim, salvar a pele.

ROBERT BOYLE
Por que ele é gênio: Calculou a relação entre volume e pressão em gases.
Por que ele é burro: Acreditou que urina daria origem à pedra filosofal.

O pai da química, quem diria, foi um alquimista de mão-cheia. O inglês Robert Boyle transformou a química numa ciência racional ainda no século 17, e foi o primeiro a descobrir a relação entre pressão e volume nos gases. Acontece que ele passou boa parte da vida procurando a pedra filosofal – aquela que transformaria qualquer metal em ouro – e de um jeito pouco convencional. Em 1677, Boyle soube que um alquimista alemão havia descoberto uma substância que brilhava no escuro e que daria origem à pedra filosofal. Boyle pediu ao alemão uma dica para que ele também pudesse experimentar com o material. “A substância vem do corpo humano”, foi a resposta. Boyle, então, passou anos coletando a urina das latrinas da mansão onde morava para fervê-la, cozinhá-la e misturá-la a outras substâncias, na esperança de chegar ao material brilhante. Dois anos e muitas idas ao banheiro depois, ele conseguiu isolar a substância misteriosa, que nada mais era do que fósforo – e não transforma coisa alguma em ouro.

ISAAC NEWTON
Por que ele é gênio: Determinou todas as leis da física.
Por que ele é burro: Estabeleceu uma data para o fim do mundo.

Isaac Newton passou a maior parte da vida estudando... a Bíblia. Pois é, o homem que determinou as 3 leis básicas da física dedicou muito mais tempo e páginas escritas (cerca de 1,3 milhão de palavras) a desvendar as profecias bíblicas e a entender os segredos da alquimia do que a descobrir as regras da mecânica. O cientista chamava de “fanáticas e despreparadas” aquelas pessoas que levavam a bíblia ao pé da letra, então o que ele fez? Ficou obcecado em encontrar os significados escondidos das escrituras sagradas. Foi assim, por exemplo, que ele calculou a data do fim mundo, previsto para 2060 (se o mundo realmente acabar peço desculpas a Newton). Os textos não científicos do inglês são poucos conhecidos e revelam que ele usava termos místicos e códigos misteriosos para descrever suas descobertas na alquimia, como “o sol se põe na água brilhante” – que queria dizer simplesmente “o ouro derrete”. O problema é que, no comecinho do século 18, esse tipo de estudo já estava ultrapassado. E o pior: durante anos, Newton nem tomou conhecimento da física.

LUIGI GALVANI
Por que ele é um gênio: Descobriu a corrente elétrica.
Por que ele é burro: Achava que rãs mortas emitiam eletricidade.

A moda, no fim do século 18, era investigar a energia elétrica. Luigi Galvani era um professor de anatomia na Universidade de Bolonha em 1780 e era apenas mais um cientista que fazia seus estudos em mais de uma área do conhecimento. Galvani resolveu observar o que aconteceria se colocasse energia elétrica no sistema nervoso de rãs mortas. Surpreendentemente, as pernas do animal se retorciam com a eletricidade. E o mais assustador: Bastava molhar o anfíbio e ligar uma máquina que emitisse faíscas elétricas por perto para fazer a rã se mexer. Nem ao menos era preciso encostar as faíscas no animal! O italiano tinha descoberto a corrente elétrica, que mais tarde seria a base para o galvanômetro, aparelho capaz de medir essa corrente. Como a física da época não conseguia entender o fenômeno, Galvani publicou um trabalho dizendo que os músculos dos sapos emitiam eletricidade – e que isso seria o fluido vital que explicaria a vida de todos os seres vivos. Genial, né?

ALBERT EINSTEIN
Por que ele é gênio: Transformou todos os conceitos da física para sempre.
Por que ele é burro: Descobriu que o universo está em expansão, depois negou a descoberta, depois assumiu de novo a expansão.

Em 1990, o Universo era estático. Albert Einstein era apenas mais um físico a acreditar que a Via Láctea e todas as outras galáxias estavam fixas no espaço, e ficariam assim até o fim dos tempos. Mas ele não era um cientista qualquer. Quando Einstein bolou a Teoria da Relatividade – na qual o espaço e o tempo se distorciam em função da massa e da energia – ele descobriu que as contas só fechavam se o universo estivesse em movimento. Como essa possibilidade era inconcebível até mesmo para ele, inventou uma tal de “constante cosmológica”, que faria tudo ficar paradinho. (Essa constante era tão furada que nem mesmo ele acreditava muito nela quando a inventou.) Doze anos depois, o físico americano Edwin Hubble conseguiu comprovar por meio de observações telescópicas que o universo estava, sim, crescendo. Einstein, gênio do jeito que era, não insistiu na besteira. Reconheceu que sua primeira intuição estava certa e chamou a constante cosmológica de maior erro da sua vida. Mesmo na burrice, ele tinha razão.



Fonte: Super

O Pré-Sal

E se o dinheiro do pré-sal fosse investido na educação?

Se o lucro das novas reservas de petróleo for mesmo investido em educação, como sinalizou o presidente Lula, seria uma ajuda considerável. Claro que tudo depende da quantidade de petróleo existente, de quanto será possível extrair e do modelo de exploração escolhido.
Estima-se que haja entre 40 bilhões e 80 bilhões de barris de petróleo nos campos pré-sal, que ficam entre 4,5 mil e 7 mil metros abaixo do nível do mar. Esse óleo deve começar a ser explorado pra valer em 2015, quando, segundo José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, a produção brasileira deve passar de 1,9 milhão de barris por dia para 4,1 milhões de barris por dia. Com esses 2,2 milhões de barris extras, o governo poderia lucrar de R$ 45 bilhões a R$ 107 bilhões ao ano, dependendo do modelo de exploração a ser adotado. Na pior das hipóteses, o lucro, somado aos 3% do PIB já destinados à educação básica, seria capaz, logo no primeiro ano, de erradicar o analfabetismo (cerca de 15 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever) e garantir que todo mundo em idade escolar tenha acesso a todos os níveis de educação básica (Por enquanto, apenas o ensino fundamental, de 6 a 14 anos, está praticamente universalizado). Mas não daria para melhorar a qualidade do ensino.
Esse desafio exige mais investimento por estudante. Atualmente, o governo gasta R$ 1,072 por aluno por ano. Países da OCDE, o clube das 30 nações mais desenvolvidas, gastam 5 vezes mais. Se quisermos alcançá-los, com o modelo compartilhado, o gasto anual terá de ser de R$ 450 bilhões – R$ 390 bilhões saídos do pré-sal. Nesse caso, seria preciso ser muito otimista e contar com mais de 8 milhões de barris por dia, o equivalente à produção da Arábia Saudita, a número 1 em produção no ranking da Organização do Países Exportadores de Petróleo (Opep). Aí, sim, viveríamos por pelo menos algumas décadas o milagre da educação.
Fonte: Super

quarta-feira, 1 de abril de 2009

E se vendêssemos a Amazônia?

"Dar lugar pros gringo entrar", como tocava o Raul, é uma das maiores lendas urbanas sobre a Amazônia. A ideia de que vão vender a floresta existe há décadas. E ganhou força de 2000 pra cá. Coincidência ou não, foi depois que ongs ambientalistas dos EUA e da Europa começaram a comprar terrenos de florestas pelo mundo para impedir o desmatamento. Eles fizeram isso em lugares como o Peru, Guiana, Serra Leoa e lhas Fiji - Levantando suspeitas conspiratórias de que isso seria faixada para governos ricos se apoderarem das riquezas dos pobres. Esse tipo de coisa rola aqui também. Por exemplo: o magnata sueco Johan Eliasch, dono da ong, comprou uma área na Amazônia do tamanho da cidade de São Paulo - e revende partes e "sua" selva a ambientalistas (ou a cientistas do mal, como pensam os de imaginação fértil). Só que a lei brasileira não permite que um monte de Johans faça a mesma coisa: dois terços da Amazônia não podem sair das mãos do governo. Os 25% que sobram podem ser vendidos.

Mas no mundo das teorias mirabolantes o que está em questão nem é esse tipo de comércio. Mas a venda da soberania mesmo - geralmente com o Estado entregando a floresta a um "consórcio de empresas" ou coisa que o valha a troco de dinheiro. Nesse cenário doido, em que o mapa do Brasil perderia sua Região Norte, o mais difícil seria encontrar um comprador disposto a pagar justo. As estimativas do governo, afinal, é de que existampelo menos US$ 15 trilhões em reservas minerais e US$ 5 trilhões em madeira sustentável, ou seja, que pode ser cortada, vendida e replantada. Ainda não entrou no cálculo a maior riqueza da região: metade das espécies vegetais e animais do planeta. Curas de doenças como a AIDS e o câncer podem estar escondidas em uma planta desconhecida, por exemplo - e, como a densidade de espécies de plantas lá é a maior do universo conhecido, trata-se de um belo campo de pesquisas. Quanto isso vale? Bom, só a cura do câncer renderia US$ 50 trilhões a quem a descobrisse, segundo um estudo da Universidade de Chicago. Para comparar: a receita anual da maior farmacêutica do planeta, Pfizer, é de US$ 12 bilhões. Por outro lado, uma "Amazônia internacional" até que ficaria bonitinha depois de receber uma enxurrada de investimentos. Já o Brasil, coitado, poderia acabar realmente mal.



Fonte: Super

sexta-feira, 27 de março de 2009

Banda larga para todos

Brasil tem a 5º pior banda larga do mundo

Nesta semana o secretário de logística e tecnologia da informação do Ministério do Planejamento, Rogério Sant'Anna, defendeu a criação de uma empresa pública de banda larga que estimule a concorrência com o setor privado. Segundo ele, isso aconteceria através da Telebrás. A estatal que abrigava as operadoras de telefonia antes da privatização do setor, há 10 anos, que ainda existe como figura jurídica mas não tem operações no ramo da telecomunicação. Na avaliação do secretário, se o governo utilizar sua infraestrutura para prestar acesso à população, "vai influenciar a concorrência com as empresas privadas, para que elas enxerguem mercado onde hoje não enxergam".
Se tal acontecimento viesse à tona, o nosso país consequentemente, daria um passo importante na qualidade da nossa internet, já que hoje temos a 5° pior banda larga do mundo, ficando à frente apenas de Chipre, México, Índia e China. Atualmente o país que tem o melhor serviço é Japão, seguido de Suécia, Holanda e Estônia.